terça-feira, 17 de novembro de 2015

MULTIPLICAÇÃO DOS PILAS

Arte de Bridget Bate Tichenor

Tenho um amigo artista de rua. Ele se apresenta nas estações de metrô das principais cidades do mundo. Toca violão e canta só Música Popular Brasileira. Já esteve na França, Holanda, Espanha, Portugal. Ele me contou que, no começo da carreira, ninguém colocava dinheiro em seu chapéu preto. Depois de horas de exibição e aplausos sinceros, não arrecadava coisa alguma. Ele via que agradava, mas ninguém mexia no bolso e na carteira.

Até que decidiu largar o próprio dinheiro no chapéu. Antes mesmo de começar, já põe algumas notas altas para despertar a confiança do público. É uma isca de tubarão. E funcionou: quando o espectador enxerga o chapéu cheio fica mais disposto a colaborar, não se sente sozinho e idiota (- Pô, o cara é bom, olha quanta grana já tem em seu chapéu).

No Brasil, ele larga três notas de cinquenta e sempre sai com um bom cofrinho de seus shows a céu aberto. As cédulas se multiplicam naturalmente.

Meu amigo mostra que o artista precisa investir em si mesmo.

Ouça meu comentário na manhã dessa terça-feira (17/11), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, com Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:


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