terça-feira, 19 de agosto de 2014

A VERDADEIRA JANELA

Arte de Mimi Parent

Quando o destino fecha uma porta, temos o costume de ajudar o azar e dar mais uma volta na chave. Terminamos nos trancando ainda mais. Aproveitamos para nos isolar ainda mais.

Entramos no modo conspiratório: o mundo está contra nós.

A paranoia é o mel para atrair coisas ruins.

Mas poderia ser diferente.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir o vestido da esposa.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma garrafa de vinho.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir um livro.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma lata de leite condensado.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma amizade.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir nossas gavetas e arrumar a bagunça.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir a cabeça e parar de culpar o destino.

Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (19/8) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:


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